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6.2.23

Pronto socorro I

Em acampamentos de vez em quando ocorrem acidentes de todas as naturalidades; por isso o campista deve estar preparado para enfrentar certas emergências, como ferimentos, queimaduras, afogamentos, insolação, fraturas e picadas de cobras.
É claro que os acidentes graves são poucos frequentes, e os que acontecem mas comumente em geral podem ser resolvidos no próprio acampamento, com calma, alguns cuidados elementares e um estojo de primeiros socorros.
Camping Natural
Antes de prestar assistência à pessoa acidentada, devem-se tomar cuidados normais de higiene para evitar infecções: é preciso lavar as mãos, esterilizar o material que se vai usar e manter limpo o lugar em que se encontra o ferido.
Nos casos de muita urgência e gravidade, ignoram-se os cuidados, porque a rapidez no que é feita pode "salvar uma vida".

Em qualquer dos casos graves ou pequenos, é sempre melhor e mais seguro procurar um médico, no entanto se for difícil encontrar ajuda especializada imediatamente; os primeiros socorros prestados com tranquilidade e equilíbrio por um leigo; até mesmo podem salvar uma vida.

Suprimentos de Emergência 

É imprescindível ter sempre em casa, no carro - principalmente em viagens longas - em um camping, uma caixa de primeiros socorros.
Os materiais devem ser enrolados em papel impermeável.
Uma lista de suprimentos que podem ter utilidade é a seguinte:
1 - compressas de gaze esterilizada embrulhadas uma a uma.
2 - rolos de ataduras de gaze em três tamanhos.
3 - gaze tipo chumaço para aplicação em olhos.
4 - caixas de Band-aid de vários formatos e tamanhos.
5 - rolo de esparadrapo com 2,5 cm de largura.
6 - algodão absorvente e caixa de cotonetes.
7 - vidro de antisséptico (mertiolato, mercúrio-cromo, etc.).
8 - pomada contra irritações na pele.
9 - amônia, álcool, água oxigenada e leite de magnésia.
10 - vaselina esterilizada e pequena quantidade de sal.
11 - tesoura, termômetro, caixa de fósforos, conta-gotas.
12 - sacos de plástico, saco para água quente, lanterna.
13 - alfinetes de fralda, copos de papel, sabonete neutro.

Cortes e Arranhões

Deve-se lavar o corte ou arranhão com água limpa e depois desinfetá-lo com mercúrio-cromo, mertiolate ou tintura de iodo. Pode-se proteger o ferimento com uma atadura do tipo feita com gaze e ou esparadrapo (pode ser band-aid). 
Se o corte for grande e houver hemorragia, coloque uma compressa com gaze ou panos limpos sobre eles, comprima-os com a mão ou com ataduras fixadas firmemente.
atadura
O maior perigo do ferimento é o tétano, por isso é preciso verificar se o objeto que o causou está sujo ou enferrujado; se estiver, deve-se procurar imediatamente o hospital ou pronto-socorro mais próximo para a pronta aplicação da vacina antitetânica.

Quando o ferimento for provocado por espinho ou lasca de madeira, é preciso antes limpar bem a pele com água e sabão e desinfetar a região machucada com álcool para depois remover o corpo estranho com uma agulha ou pinça esterilizada com fogo. 
Extraindo o espinho ou lasca, desinfeta-se o lugar com tintura de iodo ou álcool.



Ferimento feito por anzol que tenha penetrado na carne e fique preso exige mais cuidados: deve-se fazer sair através da pele a extremidade aguda, no sentido em que se cravou, e depois corta-se a ponta ou lima-se o gancho que impede o retrocesso. 
Só depois é que tira-se o anzol, sem o perigo que ele rasgue a carne. 
Naturalmente devem-se tomar os mesmos cuidados de desinfecção recomendados no caso dos espinhos.

Hemorragia 

É a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, veia ou artéria, alterando o fluxo normal da circulação. 
A hemorragia abundante e não controlada, pode causar a morte em 3 a 5 minutos.
Para estancar uma hemorragia é importante que se conheça a localização das principais artérias e veias do corpo.

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Na hemorragia externa deve-se:

1 - elevar e manter assim o membro atingido;
2 - comprimir o local com gaze esterilizada ou pano limpo;
3 - se a compressão não for suficiente para estancar a hemorragia, aplicar o torniquete; e
4 - proceder como no caso de cortes e arranhões.

Antigamente o torniquete era aplicado até nos casos de picadas de cobra. Entretanto, devido a falta de perícia do socorrista, hoje o torniquete só é recomendado nos casos de amputação ou esmagamento dos membros e, mesmo assim, apenas no braço e na coxa.


Procedimento:

1 - usar apenas tiras de pano resistentes e largas;
2 - enrolar a tira acima do local da ferida, dando um meio-nó;
3 - colocar um lápis, caneta, ripa de madeira ou objeto similar em cima do meio-nó e dar um nó completo;
4 - torcer a ripa ou objeto até cessar a hemorragia e fixá-lo;
5 - marcar com lápis, esferográfica ou batom, as iniciais TQ (torniquete) e a hora, na testa ou em outro lugar visível do corpo da vítima;
6 - não cobrir o torniquete;
7 - a qualquer tempo, se o paciente ficar com as extremidades dos dedos frias e roxas, deve-se afrouxar um pouco o torniquete, o suficiente para restabelecer a circulação;
8 - manter a vítima agasalhada com cobertores ou roupas, evitando seu contato com o chão.

No lugar do torniquete pode-se utilizar uma atadura com compressão graduada. Esta técnica consistem em aplicar a atadura no membro afetado, de forma que esta seja mais apertada no local da amputação e vá afrouxando a medida que sobe.

Na hemorragia interna

Como nós não vemos o sangramento, temos que prestar atenção a alguns sinais externos, para podermos diagnosticar e encaminhar ao tratamento médico imediatamente e evitar o estado de choque. 
Deve-se verificar:
a) pulsação - se o pulso está fraco e acelerado;
b) pele - se está fria, pálida e se as mucosas dos olhos e da boca estão brancas;
c) mãos e dedos (extremidades) - ficam arroxeadas pela diminuição da irrigação sanguínea.



As providências que devem ser tomadas são as seguintes:

1 - deitar o acidentado, com a cabeça num nível mais baixo que o corpo, mantendo-o o mais imóvel possível;
2 - colocar bolsa de gelo ou compressa fria no local;
3 - tranquilizar o acidentado, se ele estiver consciente;
4 - suspender a ingestão de líquido;
5 - observar rigorosamente a vítima para evitar parada cardíaca e respiratória; e
6 - providenciar auxílio médico imediato.


Ferida com exposição de órgãos internos:

Nas feridas extensas e profundas, como no caso de facadas, os intestinos e outros órgãos podem sair e ficar expostos.
Neste caso deve-se:
1 - deitar a vítima imediatamente;
2 - lavar as mãos antes do atendimento;
3 - evitar tocar nos órgãos expostos e nem tentar recolocá-los no lugar;
4 - cobrir com compressas, gaze ou pano limpo;
5 - prender a compressa ou gaze com atadura e esparadrapo; apertar; e
6 - conduzir a vítima, imediatamente, ao Hospital.





Hemorragia nasal 

Dentre todas as hemorragias, a nasal, (botar sangue pelo nariz) é a mais comum. 
É causada por esforço físico, excesso de sol, altas temperaturas, etc. 
Atendimento recomendado:
1 - tranquilizar a vítima;
2 - afrouxar a roupa próxima ao pescoço;
3 - sentar a vítima em local fresco, verificando o pulso;
4 - comprimir a narina com os dedos (5 a 10 minutos);
5 - usar chumaço de algodão para tampar a narina que sangra;
6 - colocar compressa de gelo no nariz, testa e nuca;
7 - se não cessar a hemorragia, encaminhar a vítima ao médico;
8 - pedir à vítima para respirar pela boca; e
9 - não deixar que assoe o nariz.


Introdução de objetos pontudos no tórax – Nas feridas muito profundas causadas por um objeto que foi introduzido no peito (punhal ou estaca, por exemplo), não se deve tentar retirá-lo, pois isso pode agravar a hemorragia e provocar a morte.
O acidentado, neste caso, deve ser transportado para o Hospital com o objeto, imóvel, no local mesmo.

Ferimento na cabeça – Os ferimentos na cabeça são muito perigosos, pois podem provocar o traumatismo craniano. 
Deve-se:
1 - deitar a vítima de costas, sem travesseiro;
2 - afrouxar todas as suas roupas;
3 - ocorrendo hemorragia externa, proceder como nos demais casos de ferimentos;
4 - procurar atendimento médico imediatamente; e
5 - se houver exposição da massa encefálica, como no caso dos intestinos, não pegá-lo com as mãos e nem tentar recolocá-la de volta no crânio.


Retirada de corpos estranhos – A retirada de corpos estranhos (palha, inseto, pestana, etc.) dos olhos, deve ser feito como indicado a seguir:
1 - lavar bem as mãos antes de atender o paciente e usar um copo com água fervida, gotejando-a;
2 - revirar a pálpebra superior e/ou inferior e retirar o objeto com gaze ou pano limpo dobrado ou torcido na ponta;
3 - se estiver cravado ou aderido à córnea, manter fechado o olho e procurar um médico para extraí-lo.


Contusões e distensões 

São lesões provocadas por pancada ou torção, sem ferimento externo. O acidentado sente dor e o local fica inchado.
Como proceder:
1 - imobilize e deixe a parte afetada em repouso; e
2 - depois do segundo dia, use compressa de água quente, para apressar a cura.

Entorse 

É a torção de uma junta ou articulação, com ruptura parcial ou total dos ligamentos. As torções mais comuns são as do tornozelo, e o maior problema é a inchação. 
Como proceder:
1 - trate como se fosse uma fratura;
2 - imobilize a parte afetada; e
3 - aplique gelo e compressas frias.
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Fraturas

Há dois tipos de fratura: a fechada, quando o osso se quebra mas a pele não é perfurada; e a exposta, quando o osso está quebrado e a pele é rompida.
Dor intensa e impossibilidade de movimentar a região são os principais sinais de fratura. 
Como proceder:
1 - imobilize o local da fratura e as articulações próximas, acima e abaixo da fratura;
2 - improvise telas com o material que estiver à mão: papelão, cabo de enxada, galhos de árvore, etc.; e
3 - transporte o acidentado para um Hospital.

Fraturas de perna – A imobilização provisória de fratura de perna deve ser feita como indicado na figura embaixo. Enrolar as pontas de um cobertor ou lençol sobre duas tábuas, formando uma espécie de tipoia onde repousará a perna fraturada. Fixar, então, com gravatas, meias ou tiras de pano.



Fratura de fêmur – A imobilização provisória de fratura de fêmur é mostrada na figura embaixo. Enquanto alguém puxa o pé para baixo, o socorrista coloca uma tábua
acolchoada comprida sobre o lado externo da coxa e do tronco, e outra, mais curta, do lado interno da perna e da coxa. Fixá-las com ataduras, gravatas ou tiras de pano.


Fratura do braço – Na figura embaixo (à esquerda), vemos a imobilização provisória do braço (osso úmero) fraturado. 
Aplicar tala acolchoada com algodão, de cada lado do braço fraturado. 
Colocar uma tipoia estreita para sustentar o pulso, e fixar ao corpo o braço acidentado.
Na figura da (direita), vemos a imobilização provisória de fratura de antebraço. 
As talas acolchoadas, que se fixam com atadura ou esparadrapo, são colocadas sobre a face anterior e posterior do antebraço. Manter em tipoia o antebraço, como na figura menor.


Fratura da coluna – A figura embaixo mostra a imobilização provisória para fratura da coluna vertebral. Vê-se aí o acidentado fixado a um bom aparelho, fácil de improvisar com duas tábuas compridas e três transversais, mais curtas.


Fratura da bacia – A imobilização provisória de fratura dos ossos da pelve é feita com ligaduras circulares, que se colocam bem justas desde a parte alta das coxas até a parte superior dos ossos dos quadris.
Para transportar o acidentado, não havendo padiola, será indispensável colocá-lo sobre uma tábua, uma porta ou uma escada acolchoada, fixando à mesma os membros inferiores e a pelve.


Fratura do pescoço – A figura embaixo mostra a forma de imobilizar o pescoço e a cabeça em caso de fratura da coluna cervical. 
Convém fazer uma ligadura alta do pescoço com toalhas dobradas. Podem conter pequenas talas, pedaços de madeira ou similar.
Pode-se também improvisar um colar cervical de papelão, (com a parte posterior mais alta do que a anterior) unido com fita adesiva e/ou amarrado com barbante.


Fratura do queixo – As 3 figuras embaixo mostram a imobilização provisória para fratura do maxilar inferior (osso móvel do queixo). 
Consiste em manter ajustado o maxilar fraturado contra o superior.


Fratura do dedo – A imobilização provisória para fratura do dedo pode ser feita como mostrado na figura, usando-se um abaixa-língua de madeira ou outra tabuinha fina ou tira de papelão resistente, devidamente amarrado com uma atadura.


Queimaduras

Não passe no local atingido nenhum produto ou receita caseira. 
Qualquer substância que seja passada sobre a pele queimada vai irritá-la. 
Há também o alto risco de infecção por bactérias, fungos e vírus presentes nesses produtos, já que a barreira natural do organismo – a pele – está danificada.
Não passe nenhuma pomada no local atingido. 

A pele fica extremamente sensível após uma queimadura e as pomadas, ainda que adquiridas em farmácias, machucam ainda mais as células cutâneas e podem irritar a pele e gerar infecções.
Não tente estourar as bolhas provocadas pela queimadura. 
Elas se manifestam nas queimaduras de segundo grau e devem ser manuseadas apenas por um profissional especializado. 
Ou seja, não devem ser rompidas, estouradas ou mesmo esvaziadas com uma agulha.

Ao retirar esse curativo natural em casa, o ferimento estará exposto a instrumentos possivelmente contaminados e pode infeccionar. Se houver necessidade de cobrir o ferimento a caminho do serviço de Saúde, o indicado é envolvê-lo num pedaço de pano limpo.

Tecidos ou materiais que grudam no ferimento, como o algodão, devem ser evitados. 
O paciente queimado não deve retirar a roupa que estiver usando, ainda que houver sido atingida pelo fogo. 
O ideal é molhar a vestimenta e permanecer assim até a chegada ao pronto-socorro, para evitar que as bolhas estourem e que a pele seja arrancada.
Outro cuidado é retirar acessórios, como pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura e esses objetos podem ficar presos.

Queimaduras – É toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre outros. 
Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre sério risco. 
Já em adultos, o risco existe se a área atingida for superior a 15%.

Bolha de queimadura – Por contato com água fervente.
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Tipos de queimaduras:
- Queimaduras térmicas: são provocadas por fontes de calor como o fogo, líquidos ferventes, vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol;
- Queimaduras químicas: são provocadas por substância química em contato com a pele ou mesmo através das roupas;
- Queimaduras por eletricidade: são provocadas por descargas elétricas.

Quanto à profundidade, as queimaduras podem ser classificadas como:
1º grau: atingem as camadas superficiais da pele. Apresentam vermelhidão, inchaço e dor local suportável, sem a formação de bolhas;
2º grau: atingem as camadas mais profundas da pele. Apresentam bolhas, pele avermelhada, manchada ou com coloração
variável, dor, inchaço, desprendimento de camadas da pele e possível estado de choque;
3º grau: atingem todas as camadas da pele e podem chegar aos ossos. Apresentam pouca ou nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada.



Primeiros socorros:
Em caso de acidente envolvendo queimaduras, o primeiro cuidado é extinguir a fonte de calor, ou seja, impedir que permaneça o contato do corpo com o fogo, líquidos e superfícies aquecidas, entre outras causas do acidente.

Em seguida, procure lavar o local atingido com água corrente em temperatura ambiente, de preferência por tempo suficiente até que a área queimada seja resfriada.
Colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria, com jato suave, por, aproximadamente, dez minutos. 
Compressas úmidas e frias também são indicadas. 
Se houver poeira ou insetos no local, mantenha a queimadura coberta com pano limpo e úmido.
No caso de queimaduras em grandes extensões do corpo, por substâncias químicas ou eletricidade, a vítima necessita de cuidados médicos urgentes.
1 - Nunca toque a queimadura com as mãos;
2 - Nunca fure bolhas;
3 - Nunca tente descolar tecidos grudados na pele queimada;
4 - Nunca retire corpos estranhos ou graxa do local queimado;
5 - Nunca coloque manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância sobre a queimadura – somente o médico sabe o que deve ser aplicado sobre o local afetado.


Insolação 

É um mal estar decorrente da exposição prolongada ao sol intenso ou ao calor. O que causa a desidratação, queimaduras de pele, cefaleia (dor de cabeça), tontura e febre. Nos casos mais graves pode ocorrer perda de consciência e pode ser letal.

Para se precaver da insolação que pode ocorrer nos dias quentes deve-se ingerir mais líquidos do que a sede sinaliza, usar roupas leves e claras, de algodão, e manter uma alimentação leve, com frutas e verduras. O horário entre 10h e 16h tem grande incidência de raios ultravioleta B, principais responsáveis pelo surgimento do câncer de pele. Portanto, deve-se permanecer à sombra, durante tais períodos.
Como proceder nos casos de insolação:
1 - Remova a vítima para um lugar fresco e arejado e ventilado, com sombra e hidratá-lo. 
2 - Afrouxe as vestes da vítima. 
3 - Mantenha o acidentado em repouso e recostado. 
4 - Aplique compressas geladas ou banho frio se possível. 
5 - Procure o hospital mais próximo.

Desidratação 

Ocorre quando a ingestão de líquidos não supre o que foi perdido com a transpiração por conta de altas temperaturas, atividade física intensa ou até mesmo baixa ingestão de líquidos. 
Os sintomas mais comuns são: sede excessiva, boca seca, urina escura e concentrada, ausência de lubrificação nos olhos, fraqueza, tontura, dor de cabeça, fadiga, podendo levar à morte. Indivíduos desidratados apresentam um volume de sangue menor que o normal, o que força o coração a aumentar o ritmo de seus batimentos (taquicardia).
Diagnósticos e prevenções:
É muito comum em crianças, um bom aliado contra a desidratação é o soro caseiro. 
Também existem soros industrializados contra a desidratação. 
Soros industrializados são especialmente indicados em casos de desidratação por apresentarem composição equilibrada de cloreto de sódio, cloreto de potássio monoidratado, citrato de sódio diidratado e glicose. 
A composição equilibrada desses ingredientes evita efeitos colaterais como convulsões.


Desmaio 

É provocado por falta de oxigênio ou açúcar no cérebro, a que o organismo reage de forma automática, com perda de consciência e queda do corpo. 
Tem diversas causas: excesso de calor, fadiga, falta de alimentos, etc, e é caracterizada por palidez, suores frios, falta de forças e pulso fraco.

Se nos apercebermos de que a pessoa está prestes a desmaiar devemos:
1 - Sentá-la e colocar-lhe a cabeça entre as pernas, ou deitá-la e levantar-lhe as pernas.
2 - Molhar-lhe a testa com água fria.
3 - Desapertar-lhe as roupas.
4 - Não deixar a pessoa nervosa com a situação.
5 - Se a pessoa já estiver desmaiada:
6 - Deitá-la com a cabeça de lado (PLS) e mais baixa que as pernas.
7 - Desapertar-lhe as roupas.
8 - Mantê-la confortavelmente aquecida.
9 - Logo que recupere os sentidos, dar-lhe de beber bebidas açucaradas.
10 - Consultar o médico posteriormente.
11 - Caso não recupere os sentidos, fazer uma papa com muito açúcar e pouca água e colocá-la debaixo da língua da vitima.
O açúcar deve ser “empapado em água” (não dissolvido, mas sim misturado apenas com algumas gotas de água); Acionar de imediato os meios de emergência médica.

O que não fazer: 

Dar-lhe de beber enquanto a vitima não recuperar os sentidos, pois pode sufocar/afogar-se com os líquidos.
Nota:
Se o desmaio for superior a 2 minutos dirigir-se ao Hospital.
Em caso de dúvida administrar sempre açúcar em papa debaixo da língua, pois se estiver em hipoglicemia estaremos a contribuir para a melhoria do estado da vítima, e se estiver em hiperglicemia, pouco irá fazer subir os níveis. 
Além do mais é sempre preferível níveis altos do que muito baixos.
Usar e abusar do açúcar à menor suspeita, pois tomado em exagero de vez em quando não prejudica, enquanto a falta ou o atraso ataca-o.

Leia mais..  Cuidados em primeiros socorros II convulsões, asfixia..


Picadas e mordidas de insetos 

A melhor maneira de evitar insetos e parasitas é usar repelentes, mas nos casos de mordidas e picadas de borrachudos, maruim, motucas, formigas, mosquitos e vespas, deve-se espremer o lugar para tirar o líquido injetado ou ferrão.

“Uma boa dica é logo pela manhã, passar óleo que sobrou na frigideira pelas pernas”. 
Depois coloca-se no lugar a pomada adequada, álcool ou aguardente. 
Se a picada for de abelha, é preciso extrair o agulhão com cuidado especial para não estourar a glândula de veneno que ele contém.

O famoso e famigerado Maruim ou "mosquito-pólvora"

"Maruim -  (Os Culicoides, os Forcipomyia (Lasiohelea) e os Leptoconops) Os menores membros da família são minúsculos o bastante para passar através das aberturas das telas de barracas, e atacam principalmente na manhãzinha. Só que você não o vê!, mas já existe tendas de acampamento equipadas com malha de rede extrafinas, chamada de redes "no-see-um", para manter as pestes fora".
Quando houver reação violenta, devem-se colocar no lugar compressas de água e vinagre (três colheres de sopa de vinagre para um litro de água), água gelada ou solução de bicarbonato de sódio e água, que ajudam a desinchar.

Para soltar carrapatos do corpo, usa-se uma gota de tintura de iodo ou manteiga. 
Uma ponta de cigarro bem próximo pode dar resultados. 
É preciso cuidado para não separar a cabeça do corpo do carrapato, para não ter problemas de infecção. 
Os bichos-do-pé devem ser retirados com uma agulha flambada – desinfetada no fogo. Depois um pouco de tintura de iodo para desinfetar e, se possível, um antimicótico. 
As sanguessugas devem ser retiradas com uma faca flambada e no lugar passa-se após um pouco de sal. 
Acarinos (transmissores de sarna) e piolhos são repelidos com iodo; se deixam feridas, coloque sobre elas um pingo de óleo, de resina ou de alcatrão.


Aracnídeos 

Os aracnídeos (Arachnida) são uma classe do filo dos artrópodes que inclui, dentre outros, aranhas, carrapatos, ácaros, opiliões e escorpiões, compreendendo mais de 60.000 espécies. 
O nome desta classe tem origem na figura da mitologia grega Arachne, porque as aranhas foram os primeiros membros a pertencer a esta classe. 
Quase todas as espécies são animais terrestres.
Escorpiões -
O veneno de todos os escorpiões tem efeito neurotóxico, ou seja, age no sistema nervoso. 
A picada é extremamente dolorosa, provoca dor intensa no local afetado e se dispersa por todo o corpo, levando a vítima a um estado de hiperestesia, fazendo com que o doente fique extremamente sensível ao menor toque em todo o corpo, o que faz com que a vítima morra por parada respiratória.

Em casos de acidente recomenda-se não "sugar" o veneno do local acidentado, não fazer torniquete, incisões ou cutucar o local, para não agravar a situação.
Deve-se procurar um médico, e sempre que possível levar o escorpião junto. 
Recomenda-se também que ao encontrar o escorpião não se tente pegar com a mão, pois ele pode picar você, chame um técnico, e só em ultimo caso capture-o você mesmo, usando luvas.
Aranhas -
No Brasil, existem dois gêneros considerados de maior perigo: a aranha-marrom (Loxosceles sp.), e a armadeira (Phoneutria sp.), sendo esta última considerada por muitos a aranha mais peçonhenta do mundo!, ambas encontradas em praticamente todo o país.
Os sintomas da picada costumam aparecer entre 40 e 60 minutos após o ataque e se caracterizam por sudorese (eliminação excessiva de suor nas glândulas e perda de calor), dor local intensa, dor no abdômen e em casos graves, choques.

Logo após a picada é indicado lavar o local com água e sabão abundantes e não fazer torniquetes, para evitar a gangrena do veneno e minimizar os efeitos da necrose. 
É interessante que a região da picada fique em repouso, dificultando a absorção do veneno. 
Não convém furar, cortar, queimar ou espremer.
Também não é indicado fazer "sucção" no local da ferida nem aplicar extratos naturais. Não se recomenda a ingestão de bebidas alcoólicas. 
O procedimento padrão é levar a vítima ao serviço de saúde próximo o mais rápido possível, levando a aranha (morta ou viva) para identificação de espécie e confirmação da necessidade de soro. Vale lembrar que tais procedimentos servem para "qualquer ataque de animal peçonhento".

Picadas de cobras – Para prevenir o perigo das picadas de cobras, deve-se sempre ter a mão o soro antiofídico polivalente, de aplicação intramuscular, que serve para todas as cobras da América, exceto para a coral.
Picadas de cobras podem ser muito perigosas, por isso precisam de cuidados específicos. A primeira providência é tentar identificar a cobra para saber se ela é venenosa. 
O método mais seguro é verificar as marcas da mordida: as cobras venenosas deixam, além das marcas (pontos finos) dos dentes, duas marcas fortes, correspondentes as presas inoculadores do veneno.

Há pouca razão para temer a morte devido à mordedura de serpentes. 
Apenas um quarto das cobras é peçonhenta, e dentre as 7 000 mordidas de cobras registradas na América por ano, menos de 15 vítimas morrem.
No entanto, se você for mordido por uma serpente, há certos procedimentos a seguir:
1 - Primeiramente, distancie-se da cobra agressora. 
2 - Segundo, localize um ou dois ferimentos puntiformes em seu corpo. 
3 - Se o local da mordida começar a inchar ou doer muito, então você foi envenenado. 
4 - Se possível, mantenha o ferimento acima ou no mesmo nível do coração para facilitar a circulação. 
5 - Não de álcool ao paciente; se ele estiver deprimido, dê-lhe café. 
6 - Não o deixe cansar-se nem tomar frio, e previna-se contra infecção, limpando o lugar com álcool. 
7 - E leve-o imediatamente ao médico, se possível com a dita cobra.
O veneno em si normalmente "não o matará", mas exacerbar-se enquanto envenenado pode ser fatal!.
Não amarre o local da mordida para impedir que o veneno espalhe-se, pois a falta de circulação sanguínea pode matar o local e causar gangrena. 
Além do mais, o veneno espalha-se por seu sistema circulatório quase que instantaneamente quando é injetado. 
"Apesar da crença popular, não se pode sugar o veneno da cobra usando-se a boca!".


Leia mais.. Animais venenosos - Picadas e mordidas  escorpiões, aranhas e cobras.


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